30 de set. de 2009

Deveriamos todos ser Bobos da Corte...

Bobo da Corte é o mesmo que: bufão, truão, jogral, curinga, pierrot ou  simplesmente BOBO.
O bobo da corte é um personagem medieval que vai de 395 até 1453 e que acompanhava o rei podendo criticá-lo sem correr o risco de ser preso.
O bobo teve sua origem no IMpério Romano-Bizantino, No fiNAL da Cruzadas, tornou-se figura comum nas cortes européias. Seu desaparecimento deu-se durante o séc. XVII.
LIvre no falar e no agir, o bobo da corte divertia o rei e a própria corte, declamava poesias, dançava, tocava algum instrumentos e era cerimoniário das festas.Não era bobo coisa nenhuma, mas muitos pensavam que era bobo sim. De bobo não tinha nada. Inteligente e atrevido ele dizia aquilo que os outros só pensavam. Com ironia as duas faces da realidade manipulando suas mascarás revelava as discórdias íntimas e expunha em público as ambições do rei. Com exagero imitava as esquisitices do seu patrão. Entendia muito bem a politica e mesmo sendo, as vezes um deficiente físico (anão, corcunda ou aleijado) constituia um fator crítico ao lado de quem, verdadeiramente, mantinha o poder.
Seus gestos burlescos e disparates questionavam os responsáveis pela ordem pública. O bobo e o rei completavam-se. Bem compreendido o bobo era um fator de equilibrio e progresso.
Alguns BOBOS célebres: Dom Binas na corte de Dom Henrique (final do séc. XI), Milton e Thévenin de Sint-Leger na corte de Carlos V, Tribouet nas cortes de Luis XII e Francisco I. Na Inglaterra em 1597, Shakespeare criou John Falsaff o bufão do principe Harry, filho de Henry III falecido em 1413.
Nas cortes espanholas os bufões eram honrados e muitos influentes. O seríssimo Rei Felipe II andava acompanhado por vários bufões. O pintor Antonio Moro, pintou Pejeron, bufão preferido do Conde de Benavent, e assim por diante.
Na verdade o bobo da corte não surgiu por inicitaiva individual de algum homem engraçado. Antes era entendido como um fenômeno cultural e expressão da irreverência popular coletiva. Principalmente quando criticava o comportamento do senhor rei. O bobo representava o direito dos súditos de manifestarem-se com liberdadediante do poder reinante. Do outro lado correspondia a vontade do rei de saber o que se passa na cabeça e no coração do povo.
Hoje o humor e o risco do bob da corte tem tudo a ver com a irreverência popular manisfestada no carnaval, na folia de reis, no casamento da roça, no testamento de Judas, no Bumba-meu-boi. Neste momento alegres o povo brasileiro expõe ao ridículo os defeitos das autoridades: o clero, o escrivão, o doutor, o fazendeiro e os políticos. Uma primeira reação do poderoso é sentir-se desrespeitado e querer eliminar o culpado. O representante da irreverência popular não pode ser transformado em vítima. A Democracia sacrifica parte de si.

O BOBO DA CORTE É LIVRE...

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